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"Uma borboleta, num paradoxo interminável entre figuras e palavras, sons e cores, buscando algo que possa fazer algum sentido...".

Aquilo que se busca:

8.8.10

Voa porra. VOA!


Não basta agarrares na tua vida e sentá-la no sofá mais perto para teres a certeza de que está estável.
Não basta desenhares um sol no teto do teu quarto. Não basta fechares-te no quarto.
Não te basta um sorriso na cara, porque o sorriso da face pode não ser o mesmo sorriso que o interior.
Não te basta cortares umas asas de cartão e colá-las ás costas só para teres a certeza que as tens.
As asas não foram feitas para enfeitar. Os tetos não foram feitos para servirem de céu. As vidas não foram feitas para ficarem quietas e enroscadas no sofá como um gato no Inverno.
Tu não foste feito para parar a meio do caminho, não foste feito para desistir antes de chegar, se não seria desnecessária a tua casa no final do caminho.
Não foste feito para ser o centro de tudo, mas para chegar ao centro de tudo.
Não foste feito para toldares apenas o chão com os teus pés, mas para chegares aos céus e agitares os mares com o que vem de ti.
Não és tu, matéria, coisa palpável, objecto. És tu sonhos, alma, aura, coração, és tu inalcançável, inacabável, és tu extensão de ti mesmo.
Voa porra! VOA! Estás á espera de quê? Não te prendas, não te reprimas, não te escondas.
Sai, diz ao mundo que estás aqui e ouve o mundo dizer-te que precisa de ti onde estás. Porque tu és um, mas fazes outros milhares. Porque tu moves-te uma vez, mas dessa vez moves tantas outras coisas.
Como é que não percebes? Não percebes que não tens tempo a perder na escuridão. Não tens tempo a perder na cegues, no chão frio, nas tuas faltas, nos teus finais, nas tuas fraquezas.
Não há nada aí para ti, daí já não podes tirar nada. No teu final tem de existir apenas a chance de recomeçar, de chegar a outros lugares onde não estiveste antes, de adorar outros sentimentos, de fazer crescer sorrisos em caras diferentes.
Tens tanto á tua espera, porque é que continuas a chorar?
Tu ainda não sabes nada vida. Dói-te? Tu estás a crescer, claro que dói! Tu estás a tentar, claro que erras! Mas não percas tempo, porque ninguém to vai devolver.
Voa porra! Agarra-te a tudo o que ainda não viveste e fá-lo melhor do que foi tudo o que já viveste. Não percebes?
O mundo está á tua espera. Tu estás á tua espera.
Não percebes?
Corre para a felicidade, abre os olhos para a ver. Se não o fizeres, ela não virá até ti. Se não o fizeres continuará escuro.
O que é que estás aí a fazer ainda?
Voa porra! VOA!
(e sê feliz.)

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